Por Savio Vinicius para a coluna Dispensávio
Certo dia um pássaro se libertou. Fugiu da gaiola pequena e fria, e como era de se esperar, bateu asas e voou. Foi para longe, onde não pudessem lhe encontrar.
Todo pássaro engaiolado sonha em poder voar!
Longe das grades, isolado, pensou: "– Seria bom eu voltar?". Afinal, a ideia de viver aprisionado tendo alguma companhia lhe parecia compensar.
O pássaro liberto desistira de voar...
Então ele voltou sem saber ao certo como tudo iria terminar. Ou até sabia, e foi como ele achou: de nada adiantou se enganar. Todos os dias cantava aos céus para que uma nova oportunidade viesse a calhar.
O pássaro engaiolado sonhou novamente em poder voar.
Seu "dono", confiante, achou que da gaiola não iria mais precisar, mas já era tarde, o pássaro não poderia mais confiar. Além disso, ele sabia qual era o gosto de se desbravar. E assim o fez: foi além dos ventos, e sentindo o tempo passar decidiu não mais se deixar aprisionar:
"– Não se deve querer prender quem nasceu para voar!"
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