Por Vinícius Lobato para a coluna Serotononia
Por que intitulei essa coluna e espaço destinado a mim, de "Serotonina"? Bom, quimicamente falando, pra quem desconhece, trata-se de uma substância (monoamina) neurotransmissora sintetizada nos neurônios do sistema nervoso central. Num conceito mais simples, é ela a responsável pelas sensações de felicidade e prazer do nosso corpo - inibindo a ira, o mal humor, inquietações e depressão.
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Além claro, do prazer e felicidade aos leitores dos textos que publico aqui, a intenção de assim nomeá-la é fazer uma menção indireta a um aspecto tão latente, durante tanto tempo, na minha vida: a ansiedade. Transtornos ansiosos e compulsivos, depressão, síndrome do pânico, dentre outras neuroenfermidades (probabilidade) - são causados pela pouca produção de serotonina no organismo e não somente, pois são desencadeadas por situações tristes ou episódios traumáticos.
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"Mas por que tanto aprofundamento na questão agora, vini?" Porque é profundo em mim e em tantas pessoas, consequentemente não podendo ser falado de outra maneira por quem sente isso na pele todos os dias - mas também porque nesse mês de novembro que se vai, a danada ansiedade resolveu dar as caras com bastante força! Faz parte, eu conheço bem, mas é um evento que dura dias... É sempre bem difícil e desgastante até a velocidade cerebral recobrar novamente um senso mais leve de existência.
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Há alguns anos (muito mais jovem), quando ela recém havia se manifestado, eu tinha vergonha - não gostava que as pessoas soubessem, eu renegava a minha amiga. Continua sendo uma luta existencial diária, é bem complicado - mas hoje, com muita experiência (calos e feridas), entendo que ela me define. Por isso a chamo de "amiga" ou "fiel companheira", por exemplo. Ela é a pivô dos piores e melhores momentos da minha vida.
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Vencer a síndrome do pânico em uma longa jornada, conhecer e conquistar tantas coisas com ela ao meu lado, me fez aprender a enxergar as dificuldades não com menos cansaço (bem pelo contrário), mas com menos desespero - mais perspectivas, ou seja, é possível. Tenho amores e sou amado, tenho minha paixão pela válvula poética, tenho quem precise de mim, tenho minha gana por liberdade e por um lugar melhor para todos nós vivermos... Não vale a pena parar. Quanto a quem diz que doença emocional é coisa de gente fraca... Penso que apenas pessoas fortes são capazes de se reconstruírem a partir dos próprios destroços.
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Viver com medo do mundo é um massacre interno, mas tente vencer o medo do mundo - você se sente imparável!
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